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Lamego é uma pequena, mas histórica, cidade portuguesa do interior. Localizada imediatamente a sul do rio Douro, fica na fronteira entre duas das regiões do país: a Beira-Alta e Trás-os-Montes e Alto Douro. À sua volta, vinhedos incontáveis espraiam-se pelos montes. Lamego faz parte da região demarcada do Douro, a primeira região vitivinícola demarcada do mundo (foi-o pelo marquês de Pombal), famosa pelos vinhos do Douro e, claro, pelo vinho do Porto, que os locais preferem chamar de “vinho fino”, considerando um crime de lesa-pátria chamarem vinho do Porto a um vinho do Douro. Na região também se produzem deliciosos vinhos espumantes.
A cidade deve a sua importância ao facto de ser, desde a Idade Média, sede de bispado. Terá sido aí que, no século XII, foram celebradas as cortes que aclamaram D. Afonso Henriques primeiro rei de Portugal. Uma feira iniciada na Idade Média reforçou a importância da localidade. Nessa altura Lamego tinha um núcleo importante de judeus.
Sendo sede de uma das dioceses católicas portuguesas, não é de admirar que Lamego esteja cheia de monumentos religiosos – aliás à semelhança de grande parte do país. Se há algo que define a identidade europeia, são as raízes cristãs do continente. Há igrejas de Portugal, no extremo Oeste da Europa, até à Rússia.
Uma visita à cidade deve incluir paragens em pelo menos dois monumentos religiosos: a Sé Catedral, medieval; e o imponente santuário de Nossa Senhora dos Remédios, que, com a sua monumental escadaria, domina a cidade. Junto à Sé, percorra as ruas adjacentes e prove a especialidade gastronómica local na Pastelaria da Sé, também conhecida por Casa das Bôlas: bôla de Lamego. Uma bôla é uma espécie de pão especial e adocicado com presunto no meio. Presunto português, claro, de Lamego, outra das especialidades locais. Não é o que no Brasil se chama de presunto. O presunto português não é carne processada. O presunto brasileiro, carne processada, é conhecido em Portugal por fiambre.
Suba também ao castelo de Lamego, passando pelos vestígios da enorme cisterna da cidade e pelas ruas de traçado medieval. Depois, visite o Núcleo Arqueológico, quase do lado do castelo, no local de um antigo cemitério medieval cristão.
Ah, se algum português lhe disser para trepar até ao castelo, está somente lhe dizendo para subir até ao castelo. Não está convidando para um encontro mais quente.
