Capital é capital e a de Portugal não é exceção. Onde está o poder, avultam investimentos. Por alguma razão os portugueses dizem, criticando o centralismo do país, que "Lisboa é Portugal e o resto do país é paisagem”. Antigamente, e se calhar ainda hoje, os lisboetas olhavam desdenhosamente para o resto do país, designando-o por “província”.
Mas Lisboa é Lisboa e, sendo capital de Portugal desde o século XII, obviamente surpreende o viajante pela sua monumentalidade e magnificência... mas também pelo belo céu de um azul incomparável nos dias de primavera e verão, e pelo belo rio Tejo, que é sempre calmante contemplar...
Lisboa é a décima cidade mais visitada da Europa (prepare-se para as filas em alguns lugares turísticos) e a 35.ª cidade mais visitada do mundo. Só isso diz bem da atração que exerce enquanto destino turístico.
Cidade quase trimilenar, Lisboa foi fundada onde se situa o seu castelo. Desde o século VIII a.C que é a mais importante povoação do extremo ocidental da Europa. O Tejo dava um porto seguro aos fenícios e cartagineses que comerciavam na zona. Depois vieram os romanos, que lhe deram a categoria de município, com o nome de Olisipo Felicitas Julia. E a seguir os suevos, os visigodos e os muçulmanos, até ser conquistada pelo primeiro rei português, D. Afonso Henriques, em 1147, que a tornou sede da corte e, portanto, capital de facto de Portugal, condição que sempre manteve desde então.
Na Grande Lisboa, que agrupa Lisboa e os municípios vizinhos, vivem quase três milhões de habitantes.
Lisboa é uma cidade grande. Portanto, prepare-se para passar mais do que um dia na cidade se quiser calcorreá-la a preceito. E não falo das obrigatórias visitas aos arredores de Lisboa, nomeadamente a Sintra e Cascais, que lhe ocuparão mais tempo. Só uma exceção: não deixe de visitar o Palácio Nacional de Queluz, na povoação com o mesmo nome, e o santuário do Cristo Rei, do outro lado do Tejo, em Almada, erguido junto da famosa ponte 25 de Abril.
Percorra, primeiro, a Baixa Pombalina, assim chamada porque foi reedificada e redesenhada por ação do marquês de Pombal, após o terrível terramoto de 1 de novembro de 1755. Comece na praça do Comércio, onde ficam vários ministérios, dirigindo-se, depois, à rotunda do marquês de Pombal e parque Eduardo VII, passando pelo Arco da rua Augusta, pela rua Augusta, pela praça da Figueira, pelo Rossio e pelos Restauradores.
Repare no célebre restaurante Martinho da Arcada, na praça do Comércio, antigamente muito frequentado pelo poeta Fernando Pessoa e por artistas, literatos, jornalistas, políticos e boémios. Na praça do Comércio foram assassinados o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe, em 1908.
Antes de entrar na rua Augusta, faça um desvio para ver o edifício da Câmara Municipal, onde foi proclamada a República, a 5 de outubro de 1910.
No Rossio, veja o Teatro Nacional D. Maria II e a estação de trem, onde, em 1918, foi assassinado um dos mais populares presidentes portugueses, Sidónio Pais.
Passeie, seguidamente, pela avenida da Liberdade, zona mais cara de Lisboa, onde estão as lojas das grandes grifes internacionais, até à rotunda do marquês de Pombal e parque Eduardo VII. Se tiver forças, vá ainda à avenida da República (zona das Avenidas Novas) e coma alguma coisa na famosa confeitaria Versalhes.
Visite, depois, a zona do Chiado, célebre zona comercial, e o boémio Bairro Alto. Pode usar o ascensor da Glória, junto da avenida da Liberdade. Aproveite para ver o miradouro de São Pedro de Alcântara e as ruínas do convento do Carmo, memória do grande terramoto de 1755.
Desça para o Cais do Sodré, antigamente a mais afamada zona de amores clandestinos da capital.
Sugerimos, como visita seguinte, o castelo de São Jorge. Do castelo poderá apreciar a cidade. Na descida para a Baixa, visite a Sé Catedral. Pode fazer desvios para visitar a igreja de São Vicente de Fora, o Panteão Nacional e o convento da Graça e percorrer o bairro histórico de Alfama (preferencialmente no famoso “elétrico” n.º 28). Se quiser, também se pode deixar perder pelos encantos de outro dos tradicionais bairros lisboetas: a Mouraria.
Vá depois até ao Parque das Nações, zona de arquitetura moderna, banhada pelo belíssimo rio Tejo, onde foi realizada a Exposição Universal de 1998 (Expo 98). Não deixe de visitar o Oceanário.
Depois é tempo de seguir para a outra ponta da cidade – Belém. Paragens obrigatórias no mosteiro dos Jerónimos e na Torre de Belém, na casa dos pastéis de Belém, onde poderá provar a mais célebre iguaria de Lisboa, e no palácio presidencial de Belém. Se aprecia museus, o Museu dos Coches e o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) ficam na zona e merecem visitas.
Na ida até Belém, sugerimos uma paragem na zona de Alcântara, para visitar as divertidas Docas e LxFactory. Tem também, nas redondezas, o Museu Nacional de Arte Antiga.
Um pouco afastado de Belém, para norte, fica o impressionante Palácio Nacional da Ajuda, que bem merece uma visita.
Já na zona de Benfica, poderá visitar o Palácio dos Marqueses de Fronteira. Se gostar de futebol, não deixe de ir aos estádios dos mais emblemáticos clubes lisboetas, o Benfica e o Sporting, e visitar os seus museus. Ficam próximo.
Se gostar de espaços naturais, caminhadas e bicicleta, o local apropriado para si é o Parque de Monsanto, o maior parque florestal português.
Se viaja com crianças, o Jardim Zoológico de Lisboa, em Sete Rios, é, certamente, ponto de paragem obrigatória.
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